Este ano iniciámos vários projetos, que estão agora na fase de desenvolvimento e implementação. Saiba todas as acções recentes.
A Next Impulse for Biodiversity and Rewilding na Reserva Faia Brava – Viridia
O projeto Viridia, dedicado à regeneração florestal da Reserva Faia Brava, alcançou avanços significativos, apesar dos desafios enfrentados. Em uma área de 23,114 hectares, foram realizadas podas e aplicada cobertura orgânica (mulching), o que ajudou na retenção de água no solo e na melhoria das condições para a sobrevivência das árvores. Em outubro, a Faia Brava adquiriu 7.500 árvores com dois objetivos principais: replantar as áreas de cultivo existentes, compensando a mortalidade natural, e criar novas ilhas florestais, com apoio do projeto Trees For All.
A replantação nos oito plots de plantação foi concluída com sucesso, substituindo árvores mortas por mudas de espécies nativas como medronheiro, pilriteiro, freixo e sobreiro, promovendo a regeneração do ecossistema e a biodiversidade. Outra importante realização foi a instalação de três grades canadianas, que resolveram o problema de portões deixados abertos por visitantes, evitando a fuga dos garranos e a entrada de gado de propriedades vizinhas. Esta medida promove uma convivência harmoniosa entre a Faia Brava e as comunidades locais. No contexto atual, o apoio da Fundação Viridia tem-se revelado absolutamente incontornável para garantir uma gestão eficaz da Faia Brava e assegurar que continuamos a progredir para atingir os objetivos de prevenção de fogos florestais, boa vizinhança e colaboração com as comunidades limítrofes, restauro ecológico e conservação da biodiversidade. O projeto Viridia, portanto, não só contribui para a restauração ecológica, mas também para o fortalecimento das relações com os proprietários vizinhos, apoiando o desenvolvimento sustentável da região.
Trees for all
Em julho, após meses de espera por atualizações do fornecedor, foi-nos informado que a rede de sombra de 50% não estaria disponível dentro do prazo necessário. Diante disso, decidimos optar pela rede de sombra de 75%, que, embora não se alinhasse perfeitamente com as nossas especificações originais, fornecerá proteção suficiente para as plantas durante os meses mais quentes. Além disso, aproveitamos a oportunidade para reforçar as infraestruturas do viveiro, tornando-as mais resistentes aos ventos fortes e chuvas intensas, com o objetivo de garantir a proteção das árvores jovens e o funcionamento seguro do viveiro em condições climáticas adversas. O objetivo inicial de podar 2.000 árvores foi amplamente superado, com a nossa equipa de campo (Luís e José) a podar um total de 3.294 árvores. Durante este processo, implementámos práticas sustentáveis, como a utilização de um triturador para os materiais removidos, que foram usados como cobertura vegetal na base das árvores. Essa cobertura ajuda na retenção de humidade no solo, essencial para o crescimento das árvores, especialmente durante a estação seca. Além disso, à medida que esse mulching se decompõe, liberta nutrientes importantes que melhoram a fertilidade do solo e promovem um ecossistema mais saudável. Para a próxima fase do projeto, foi realizada a encomenda de 6.000 árvores, selecionadas com base em sua resiliência e adaptabilidade ao clima e solo da região. As espécies escolhidas incluem o sobreiro (Quercus suber), carvalho português (Quercus faginea), freixo de folha estreita (Fraxinus angustifolia), espinheiro-alvar (Crataegus monogyna) e medronheiro (Arbutus unedo). A Câmara Municipal de Figueira de Castelo Rodrigo generosamente ofereceu apoio logístico para o transporte das árvores, garantindo uma operação eficiente de recolha e plantação, o que permitirá avançar sem atrasos. Um dos principais desafios que enfrentamos foi a alta taxa de mortalidade das plantas causada pelos ataques dos javalis. Para resolver este problema, após a visita da TFA, decidimos instalar quatro cercas elétricas em torno das parcelas mais afetadas. As cercas foram escolhidas como uma solução não letal para manter os javalis e outros herbívoros longe das áreas de plantação, permitindo que as árvores jovens possam crescer sem serem perturbadas. O sucesso dessa medida preventiva será crucial para garantir a viabilidade a longo prazo da reflorestação.
Este projeto é um passo importante para a restauração ecológica da região, e as melhorias implementadas até agora irão fortalecer ainda mais os nossos esforços em prol de um ecossistema mais saudável e resiliente.
Interreg
No âmbito do projeto Interreg, realizámos durante a primavera e o verão o seguimento de várias espécies que escolhem a Reserva da Faia Brava como o seu lar. Este projeto também tinha como objetivo monitorizar a população de cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis). Contudo, esta monitorização não produziu os resultados esperados, uma vez que não conseguimos confirmar a presença desta espécie na Reserva da Faia Brava.
Para além das atividades de monitorização, este projeto permitiu-nos ampliar a rede de charcas no interior da reserva, aumentando assim a disponibilidade de água ao longo do ano.
Soil@INT
Damos início ao trabalho de campo do projeto Soil@Int, com o objetivo de promover a avaliação científica da saúde do solo. A equipa, composta por cinco investigadores do CESAM da Universidade de Aveiro e pelo biólogo Carlos Barroqueiro da Faia Brava, já recolheu mais de 200 amostras de solo, abrangendo todo o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Esta fase de monitorização é crucial para mapear a qualidade dos solos da região e contribuir para a implementação de práticas sustentáveis de gestão do solo.
Além disto, em parceria com o LNEG, voos teste para definir e georreferenciar as quadriculas que serão amostradas através de drone. Além da gerreferenciação das quadrículas foram ainda realizados levantamentos multiespectrais e LIDAR experimentais.
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